Quinto dia- SPFW
Glória Coelho
Suas roupas são feitas com matelassês que ela chama de larvas, seus babados tem a textura dos fenômenos, que também aparecem impressos em cetim dublado e sua cartela vem das cinzas e do fogo que eles emitem. Os neutrinos explodem nos looks cheios de transparências, em forma de estampas com aplicações de cristais Swarovski e a silhueta passeia entre os anos 50, 60 e as mangas máxi dos anos 30.
MARIA BONITA
Um quadriculado de folhas secas estampou o chão da passarela
da Maria Bonita, que trouxe as raízes do Brasil à cena. Com cores secas, de
tons terrosos, como o caramelo, o rosê e o mostarda, a paleta de cores sugere o
agreste e as populações ribeirinhas. A grife explorou as texturas e a
modelagem, um tanto masculina e chique, com cortes de alfaiataria e silhueta
reta. O tricô desfiado e o feltro de lã aparecem em vestidos tubo, de
comprimento alongado, abaixo dos joelhos. Uma renda de minipeixinhos trama
calças delicadas, plaquetas de látex são usadas em saias, dando movimento às
peças, e franjas finíssimas de pvc dão ares 20´s aos vestidos e barras de saia.
Destaque também para os acessórios: nos pés, oxfords furadinhos, com saltos
trabalhados e nas mãos e ombros, clutches e bolsas com alças de metal.
UMA
Raquel Davidowicz se despediu das passarelas do SPFW na
primavera-verão 2009/10, mas deu fim ao hiato neste outono-inverno 2012. E
voltou cercada de família e amigos, que chegaram emocionados ao backstage da
marca. A dramaturga Denise Stoklos, a coreógrafa Vera Sala e a fotógrafa
Christel Runte foram suas convidadas de honra no casting que ainda contou com
sua 1ª modelo, Lara Gerin. A coleção traz o minimalismo que é característico da
etiqueta, com preto e um vermelho sujo dominando a cartela, e a microfibra
amassada, que tem cara de couro, como tecido em destaque. Alfaiataria e tricôs
com listras tridimensionais e a camisaria continuam por lá, pra atender as
clientes fieis que fizeram festa pra Raquel nesta volta à temporada paulistana.
J. PIMENTA
O gótico e o grotesco são tendência da temporada e, no
outono-inverno 2012 de João Pimenta, aparecem no viés steampunk, uma estética à
século 19 com elementos contemporâneos. Couro com pesponto aparente, recortes redondos
“de época”, manchados… O clima é vampiresco (só que bem mais sujo que Edward do
“Crepúsculo“) e meio “American Horror Story“, com direito às máscaras usadas
por plage doctors, os médicos que cuidavam de leprosos no passado. Mas o
destaque mesmo fica por conta dos tecidos feitos artesanalmente em tear com
mistura de fios, buscando diferentes pesos e toques.
LINO VILAVENTURA
Uma modelo usando um volumoso vestido preto em camadas abriu
o desfile de Lino Villaventura. Sem seguir tendências e criando silhuetas
difusas temporada após temporada, o estilista, como de costume, desenvolveu uma
coleção com tecidos nobres, como tafetá de seda pura, organza e gaze de seda.
“É um inverno exuberante, com muito volume. O forte desta coleção são as
modelagens e o trabalho de moulage”, explicou ele. Vestidos longos ricamente
bordados cruzaram a passarela ao lado de cocktail dresses de tule e veludo.
Materiais como jersey emborrachado, silk dourado e fios metalizados apareceram
em diversos looks. Na cartela de cores, preto, nude, vermelho e ocre.
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